quinta-feira, 7 de maio de 2015

Poesia sobre poesia





Meus queridos, estava lendo alguns poemas de escritores que foram muito importantes para a literatura. Sempre falo com vocês da importância de uma boa leitura e que conhecer é muito bom, porque o conhecimento é algo que ninguém jamais nos tira.
O autor que vou apresentar para vocês agora- apresentar, porque acredito que não o conheçam- se chama Fernando Pessoa, um poeta do Modernismo Português. Ele é representante da literatura numa época muito desajustada, tanto socialmente, como culturalmente. Essa época, por volta de 1.910, é conhecida pela "loucura". Engraçado né?
É poesia sobre poesia.
Espero que gostem da leitura e que consigam sentir as emoções propostas pelo autor. Um artista só consegue o seu objetivo quando o público que ele quer atingir se permite mergulhar em sua obra. É hora de abrir a mente e o coração para poderem sentir o poema dentro de vocês, só assim entenderão a real intenção do poeta.

Autopsicografia

                                        Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


                                                        Isto

                                                                          Fernando Pessoa



Dizem que finjo ou minto
Tudo o que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.


Tudo o que sonho ou passo,                                                  
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda. 

Essa coisa que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir! Sinta quem lê!






Muitos abraços!
Gleici

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