sexta-feira, 24 de julho de 2015

Fora da ordem.


Fora da ordem

Caetano Veloso


Vapor barato, um mero serviçal do narcotráfico
Foi encontrado na ruína de uma escola em construção
Aqui tudo parece que é ainda construção e já é ruína
Tudo é menino e menina no olho da rua
O asfalto, a ponte o viaduto ganindo pra lua
Nada continua
E o cano da pistola que as crianças mordem
Reflete todas as cores da paisagem da cidade que é muito
Mais bonita e
Muito mais intensa do que no cartão postal
Alguma coisa está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial...
Escuras coxas duras tuas duas de acrobata mulata
Tua batata da perna moderna, a trupe intrépida em que fluis
Te encontro em Sampa de onde mal se vê quem sobe ou desce a rampa
Alguma coisa em nossa transa é quase luz forte demais
Parece pôr tudo à prova, parece fogo, parece, parece paz
Parece paz
Pletora de alegria, um show de Jorge Benjor dentro de nós
É muito, é grande, é total
Alguma coisa está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial...
Meu canto esconde-se como um bando de Ianomâmis na floresta
Na minha testa caem, vêm colocar-se plumas de um velho cocar
Estou de pé em cima do monte de imundo lixo baiano
Cuspo chicletes do ódio no esgoto exposto do Leblon
Mas retribuo a piscadela do garoto de frete do Trianon
Eu sei o que é bom
Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem
Apenas sei de diversas harmonias bonitas possíveis sem juízo final
Alguma coisa está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial...


01- Alguns versos de "Fora da ordem" apresentam contradições que reforçam o título da música. veja, por exemplo, nos versos abaixo, que a contradição entre construção e ruína cria a ideia de que, no Brasil, tudo acaba antes de começar:


Foi encontrado na ruína de uma escola em construção
Aqui tudo parece que é ainda construção e já é ruína

No verso "Tudo é menino e menina no olho da rua" também podemos ver uma contradição que confirma a ideia de que nada continua. Vamos analisar:

a) Quem são os meninos e as meninas a que o eu lírico se refere nesse trecho?

b) O que significa a expressão "no olho da rua" ?

c) Relacione esse verso à ideia de que "nada continua".

02- Releia os três últimos versos da primeira estrofe.

a) Que diferença pode haver entre a paisagem da cidade refletida no "cano da pistola que as crianças mordem" e a paisagem refletida no cartão-postal?

b) Pode-se perceber uma crítica na própria composição de um trecho como "cano de pistola que as crianças mordem". O que esse trecho expõe?

03- A letra da canção sugere um percurso do eu poético por vários lugares do Brasil.

a) Procure identificar as palavras, nomes ou expressões que fazem referência a algum lugar do país.

Atividades de interpretação do Livro Viva Português 

04- Indique e classifique o sujeito do verbo destacado na seguinte frase retirada da canção, de acordo com o contexto da música.

Reflete todas as cores da paisagem da cidade que é muito mais bonita.

05- Faça a análise sintática da oração abaixo:

Alguma coisa está fora da ordem.

(sujeito, predicado, predicação verbal, predicativo, adjuntos...)

06- Qual a função sintática dos termos destacados?

Alguma coisa está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial...
Escuras coxas duras tuas duas de acrobata mulata
Tua batata da perna moderna, a trupe intrépida em que fluis
Te encontro em Sampa de onde mal se vê quem sobe ou desce a rampa
Alguma coisa em nossa transa é quase luz forte demais
Parece pôr tudo à prova, parece fogo, parece, parece paz
Parece paz



sexta-feira, 3 de julho de 2015

Literatura e Meio Ambiente.

Projeto: "Literatura e Meio Ambiente".
"O meio ambiente precisa ser inteiro"

Nosso tema: "Desmatamento".

Queria agradecer a todos os alunos que participaram do desenvolvimento desse projeto, aos que prestigiaram e aos que nos deram o apoio necessário para que ele acontecesse.
Aos meus queridos alunos que fizeram os trabalhos propostos com tanta dedicação e amor. Eu amo vocês!












segunda-feira, 25 de maio de 2015

Estudar é um privilégio.

Pensem nisso meus queridos alunos. Que vocês nunca deixem de buscar o conhecimento, ele é a única riqueza que nunca se acaba.
Quem estuda enriquece a alma e a mente.

Beijos no 💓.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Estudar com prazer é se divertir.



 https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-xrqzX7dCEtH6DavoryYOJ5ygrLTrJmcAq5EJzCWdxLuw2RRMkXkx65idfuGYVAg7cQjPq_CWuo4_Jgpu176qVtEBVZ1R_0UYB9dYl1G2ZsaSwnoHEO1fDEUJRTVjxcLepiM31BJpuYu1/s1600/logoportugues.png

       Olá! Aposto que vocês estão adorando estudar juntinho comigo...
Espero que saibam aproveitar cada atividade que elaboro especialmente para que se tornem pessoas mais informadas e donas do seu próprio conhecimento.
Não percam tempo! Aproveitem a chance inadiável de estudar a nossa língua de forma divertida. 


Vozes do verbo - Atividades


Leia a tira de Calvin e faça o que se pede:

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifjlesRqHWY6j5BhNlKCOYXnJXxq6hdBAQu_MCq0vguLQR2NskeC9sTgCmZ_7Wl8oqiAbpJj9gpHz06hNa_DCkNAanzhhJ1RBSJtWjR8PsflBUSV97gq0VTqtnpSecDYpHu8yknwtK7fg/s1600/calvin.jpg

01- Encontre na tirinha orações nas vozes verbais:
Ativa___________________________________________________________
Reflexiva_______________________________________________________

02- Identifique os verbos do 2º quadrinho e diga qual é o sujeito de cada um:
_________________________________________________________________________________

03- Escreva a oração abaixo na voz passiva analítica:
"Calvin mexeu no pote de biscoitos."
________________________________________________________

04- "Eu sou completamente livre."
Qual a predicação do verbo da oração acima?_________________________________



Lembrem-se sempre de dar um tempinho para o aprendizado escolar.


Abraços!

Gleici



quinta-feira, 7 de maio de 2015

Poesia sobre poesia





Meus queridos, estava lendo alguns poemas de escritores que foram muito importantes para a literatura. Sempre falo com vocês da importância de uma boa leitura e que conhecer é muito bom, porque o conhecimento é algo que ninguém jamais nos tira.
O autor que vou apresentar para vocês agora- apresentar, porque acredito que não o conheçam- se chama Fernando Pessoa, um poeta do Modernismo Português. Ele é representante da literatura numa época muito desajustada, tanto socialmente, como culturalmente. Essa época, por volta de 1.910, é conhecida pela "loucura". Engraçado né?
É poesia sobre poesia.
Espero que gostem da leitura e que consigam sentir as emoções propostas pelo autor. Um artista só consegue o seu objetivo quando o público que ele quer atingir se permite mergulhar em sua obra. É hora de abrir a mente e o coração para poderem sentir o poema dentro de vocês, só assim entenderão a real intenção do poeta.

Autopsicografia

                                        Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


                                                        Isto

                                                                          Fernando Pessoa



Dizem que finjo ou minto
Tudo o que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.


Tudo o que sonho ou passo,                                                  
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda. 

Essa coisa que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir! Sinta quem lê!






Muitos abraços!
Gleici

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Atividades de revisão para o teste

Uma alma caridosa
Clarice Lispector
                  

A moça passava pela rua, depressa, emaranhada nos seus pensamentos. Foi quando seu vestido a reteve: alguma coisa enganchara sua saia. Voltou-se e viu que se tratava de uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino a que a sujeira dava um tom quente de pele. O menino estava de pé no degrau da grande confeitaria. Seus olhos, mais do que suas palavras meio engolidas, informavam a moça de sua paciente aflição. Percebeu vagamente um pedido antes de compreender seu sentido concreto. Um pouco aturdida olhava-o, ainda em dúvidas se fora a mão da criança o que lhe ceifara os pensamentos.

- Um doce, moça, compre um doce para mim.

Ela acordou finalmente. O que estivera pensando antes de encontrar o menino? O fato é que o pedido deste pareceu cumular uma lacuna, dar-lhe uma resposta que podia servir para qualquer pergunta, assim como a chuva pode matar a sede de quem queria um copo d´água. Sem olhar para os lados, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde seguramente algum conhecido tomava sorvete, ela entrou, foi ao balcão e disse com dureza para a caixeira: um doce para o menino. De que tinha ela medo? Não olhava bem a criança, queria que a cena terminasse logo. Perguntou-lhe: que doce você... Antes de terminar, o menino disse apontando depressa com o dedo: aquelezinho ali, com chocolate por cima. Um instante ainda perplexa, ela se recompôs logo e ordenou à caixeira que o servisse. “Que outro doce você quer?”, perguntou ao menino. Este que mexendo as mãos e a boca ainda esperava pelo primeiro, interrompeu-se, olhou-o  um instante e disse com delicadeza, mostrando os dentes: não precisa de outro não. “Precisa sim”, cortou ela ofegante, empurrando-o para frente. O menino hesitou e disse: aquele amarelo. Recebeu um doce em cada mão, levantando as duas acima da cabeça, com medo de apertá-los. Foi sem olhar para a moça que ele fugiu. A caixeirinha olhava tudo com uma emoção fixa no rosto.

- Afinal uma alma caridosa apareceu. Esse menino estava nesta porta há mais de uma hora, puxando todas as pessoas que passavam, mas ninguém quis dar.

A moça foi embora, corada. Inútil querer voltar aos pensamentos anteriores. Estava cheia de um sentimento de amor e gratidão e, como se costuma dizer, o sol parecia brilhar com mais força. Ela tivera a oportunidade de... Para isso fora necessário um menino magro... E que outros não tivessem dado.

ATIVIDADES

01- Identifique o verbo da oração a seguir e diga  em qual voz ele está:
 "Ela voltou-se e riu."

02- Indique a predicação verbal dos verbos destacados nas orações:
a) A moça ficou corada.
b) O menino pediu um doce à moça.
c) Ela tivera a oportunidade de dar um doce ao menino.
d)Ela se recompôs logo.
e) A mão da criança ceifara seus pensamentos.

03- Passe as orações para a voz passiva analítica e identifique o agente  da passiva:
a) O menino parou a moça na porta da confeitaria.
b) A moça deu os doces ao menino.
c) O menino comeu os doces.
d) A moça atendeu o pedido do menino.
e) A caixeira pegou o doce.

04- Passe as orações da atividade 03 para a voz passiva sintética:
a)
b)
c)
d)
e)

05- Classifique os complementos verbais destacados como: objeto direto ou indireto:
a) O menino pediu um doce à moça.
b) Ela tivera a oportunidade de dar um doce ao menino.
c) A mão da criança ceifara seus pensamentos.
d) Comprou um doce para o menino.

06- Faça um comentário a respeito do sujeito de cada oração:
1ª Há um menino na porta da confeitaria.
2ª O menino pediu um doce à moça que passava.
3ª Elogiaram a atitude caridosa da moça.



Vocês se lembram das nossas conversas na sala de aula?
Nossos balões no quadro para recordarmos conteúdos passados...

Então vamos lá!

 *Explique os verbos abundantes e dê um exemplo retirado das atividades anteriores.

*Separe as sílabas das palavras e diga se é um ditongo, tritongo ou um hiato. Justifique.
Ceifara:
Cheia:
Paraguai:



Um bom trabalho e divirtam-se com as atividades, afinal, gente inteligente faz brincando...

                                                      Abraço! Gleici